:: Fábula - A lebre e a tartaruga ::



Certo dia uma lebre topou com uma tartaruga e, ao ver como ela andava devagar, caiu na risada e fez muita troça.
― Como você é lenta e desajeitada ― disse a lebre. ― É tão desengonçada, andando com essa sua concha pesada, que até admira que consiga chegar a algum lugar. A tartaruga deteve-se na estrada poeirenta, levantou a cabeça, virou-se para a lebre e sorriu.
― Então vamos apostar uma corrida ― disse ela.
― Na hora que você escolher. Aposto dez moedas por dez quilômetros.
A lebre se pôs a dar pulos toda animada.
― O quê? Dez moedas? Podemos começar agora mesmo? Só dez quilômetros? E sem esperar pela resposta da tartaruga, disparou pela estrada. 
A tartaruga saiu atrás, com toda a lentidão. Sem olhar para trás nem pra os lados, foi seguindo a passo firme e regular pela estrada. Num instante, a grande velocidade da lebre deu-lhe uma grande dianteira, e ela, rindo consigo, virou-se para ver a que distância se encontrava a tartaruga. Não conseguiu avistá-la, e como estava um pouco cansada e achou que um descanso seria muito agradável, acomodou-se ao lado de uma placa da estrada para tirar uma soneca.
― Vou dormir um pouco ― disse ela. ― Tenho muito tempo, e se a minha vagarosa amiga passar por aqui enquanto eu estiver dormindo, eu acordo, alcanço-a, e ainda assim venço a corrida com facilidade. 
A tartaruga, enquanto isso, ia avançando, e depois de muito, mas muito tempo, chegou à placa da estrada, embaixo da qual a lebre roncava sonoramente. A tartaruga não parou. Sem hesitar, foi em frente, levando às costas o seu grande casco, rumo ao distante marco de chegada.
A lebre, muito confiante na própria vitória, dormiu a sono solto ao sol. Quando finalmente acordou, já era quase noite: ela tinha dormido demais! Piscou, pôs-se de pé com um pulo, olhou de um lado e de outro e saiu em disparada. Embora corresse mais rápido do que o vento, não conseguiu alcançar a tartaruga. Quando atingiu o marco de chegada, a tartaruga já estava lá, sorrindo calmamente consigo mesma.

Moral: Quem segue devagar mas com persistência sempre chega.

Mathias, R. Fábulas de Esopo.
São Paulo: Círculo do livro, 1983

3 comentários:

Geovana Centeno disse...

O fabula essa que eu gosto hein hehehe...,

Guria tu falou tudo...

"Quem segue devagar mas com persistência sempre chega."

Beijos!!!

Janaina disse...

Adoroooo esta fábula...
É isso aí, devagar chegaremos no nosso objetivo!!!!
Beijinhos...

Gê Simões disse...

Oiii

Essa estória é bem legal, e totalmente real... devagar vamos longe.

Beijos

http://geumanovamulher.blogspot.com
http://fofinhachega.blogspot.com

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